sábado, 26 de outubro de 2013

Rolha de Cortiça x Rolha Sintética x Screw Cap, qual a melhor?

    Amigos, esta é uma pergunta que sempre me fazem e normalmente se desenvolve um interessante debate ao redor do tema. Sendo assim decidi pesquisar um pouco mais sobre o assunto e compartilhar um pouco de informação com vocês.

    Na minha opinião o que temos hoje contra a tampa de rosca (screw cap) é um preconceito muito forte onde para muitos vinhos ela na verdade é muito mais recomendada que a rolha de cortiça. 
   Vocês sabem qual uma das funções da rolha de cortiça? Além de fechar a grarrafa e manter o precioso liquido dentro a rolha de cortiça tem uma função de micro-oxigenação, ou seja, para vinhos de guarda, que devem ser consumidos depois de 8 ou 10 anos, e por isso necessitam continuar evoluindo em garrafa, a rolha de cortiça tem um papel fundamental.




Curiosidade:

A idéia de empregar a cortiça como rolha é atribuída a Dom Perignon. A cortiça possui qualidades que até agora a tornaram praticamente insubstituível: porosidade, leveza, elasticidade, impermeabilidade e isolamento. Virtudes alcançadas graças ao fato de possuir centenas de células agregadas, com muito ar, em cada centímetro cúbico. Existem diversos tipos de rolhas de cortiça que são empregadas conforme o tipo de vinho. São basicamente cinco os tipos de rolhas: monolítico, granular aglomerado, composto de fatias de cortiça natural e aglomerado, composto de seções de cortiça natural e a de alta tecnologia.
     Agora as, tampas de rosca, ou screw caps, são muito recomendadas para vinhos jovens (brancos, tintos e rosés). Ela impossibilida a entrada de ar e assim protege vinhos jovens que saem da bodega prontos para o seu consumo. Ainda hoje existe muito preconceito para com este tipo de fechamento, mas garanto aos amigos que alguns dos melhores brancos e rosés que provei tinham este tipo de tampa!


Uma pequena nota sobre as rolhas sintéticas.

    Atualmente alguns vinhos, normalmente jovens, são tampados com rolhas de polietileno. Essas rolhas têm um coeficiente de permeabilidade maior que ao da cortiça, mas são pouco elásticas proporcionando uma vedação menos adequada. Possuem, no entanto a seu favor o baixo custo e impossibilidade do “sabor de rolha”. Particularmente não acho muito atrativo este tipo de rolha. Ela não possui o charme de abrir um vinho com uma rolha de cortiça, mas para vinhos jovens não tem nenhuma influência no sabor e aroma do vinho.



     Sendo assim, respondendo a pergunta inicial: Rolha de Cortiça x Rolha Sintética x Screw Cap, qual a melhor? Para mim cada uma tem seu espaço e sua aplicação. O que vai definir o fechamento é o que o enólogo busca para seu vinho.

Saludos e bons vinhos
Alexandre Frio

terça-feira, 22 de outubro de 2013

22/10 Dia do Enólogo no Brasil

     Hoje 22/10 é o dia do enólogo. Deixo aqui meus sinceros parabéns a estes profissionais que trabalham muito para que possamos desfrutar desta bebida tão complexa e maravilhosa.
 
 
 
     Uma definição formal para o enólogo que encontrei é:
 
O Enólogo é um profissional com características definidas, dentro do perfil ocupacional da indústria, e para as tarefas de coordenação, supervisão e execução, sendo responsável pela produção e por todos os aspectos relacionados com o produto final desejado, como o vinho, espumante, suco, brandy ou graspa. Muitas vezes, o enólogo exerce também funções de vendedor e assume a parte de marketing relacionado com o produto que vende. A degustação de vinhos no processo de elaboração e no produto final, são fundamentais para o Enólogo, pois é nestas etapas, que são avaliados as características fisico-químicas que o vinho possui, ou poderá possuir. Desta forma, o profissional é capaz de decidir quais escolhas devem ser tomadas para melhorar o produto.
 
    É uma bela definição, mas para mim é mais simples: Enólogos são artistas onde a matéria-prima é a uva, que está viva, se fermenta para chegar ao estado de obra prima! Mas se não apreciarmos logo pode se deteriorar...
 
    Na categoria de enófilo deixo aqui minha homenagem, acredito que a frase abaixo ilustra bem a diferença de um enólogo e enófilo.
 
“Enólogo é o cara que diante do vinho toma decisões, e Enófilo é aquele que, diante das decisões toma vinho” (de Luiz Groff).
 
Saludos e bons vinhos!
Alexandre Frio

sábado, 12 de outubro de 2013

Mais um de Cafayate!

Altos de San Isidro Reserve Barbera - 2010
Bodega Herrero Cerezo

 




      Amigos, mais um vinho de altitude no Entre Vinos y Charlas. Tenho provado muitos vinhos de Salta, província ao norte da Argentina, onde alguns dos melhores vinhos estão sendo produzidos, na minha opinião. Este Altos de San Isidro, com uvas cultivadas a 1750 m de altitude, expressa bem o terroir da região, mesmo sendo uma cepa não muito difundida na Argentina, a Barbera. 
   Abaixo algumas informações sobre o vinho, mais detalhes sobre a bodega em www.bodegaherrerocerezo.com.ar

Proveniente de un lote de 20 acres plantado en 1970 que arroja 5 toneladas por acre. Enfriado durante 2 días y fermentado a 28°C para conseguir una textura suave y sedosa. Añejado en roble francés durante 10 meses, 30% nuevo.

Cor: vermelho bordo, intensidade media, lagrimas ligeiras excelente brilho e limpidez.

Aroma: frutos maduros, ameixa passa, figos em calda, notas especiadas.

Boca: entrada doce e macia, taninos maduros, grande vivacidade, final redondo com permanência muito boa.


Pontuação: 86 pts

Saludos e bons vinhos

Degustado por: Alexandre Frio

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Estréia no blog o primeiro Orgânico

Palo Alto Reserva Blend Orgânico 2010
Palo Alto Winery





      Amigos, este é o primeiro vinho orgânico que vamos postar aqui no Vinos y Charlas. Os vinhos orgânicos estão cada vez mais na moda. Embora não tenhamos um consenso nem uma definição do que é um vinho orgânico (pelo menos desconheço), entendo por vinho orgânico aquele que é produzido por uvas cultivadas sem defensivos ou aditivos agrícolas químicos. Neste blend composto por: Shiraz 50% | Merlot 43% | Cabernet Sauvignon 7%, encontramos uma combinação muito interessante.
Cor: vermelho bordô com reflexos violáceos muito brilhante, de densidade média e ótima limpidez.

Aroma: notas especiadas e tostadas, aroma a madeira molhada ou couro, algo de fruta no final, bastante complexo. 

Boca: a fruta se apresenta muito bem em boca (melhor que no aroma), taninos moderados, boa permanência.


Pontuação: 86 pts

Saludos e bons vinhos

Degustado por: Alexandre Frio

domingo, 6 de outubro de 2013

Novo filme sobre Bordeaux deixou produtores desconfiados.

Donos de Châteaux ficaram reticentes diante do projeto do filme Red Obsession, que tem Russell Crowe como narrador.


Durante 14 meses, no período de lançamento das safras 2009 e 2011 de Bordeaux, os produtores do filme Red Obsession (Obsessão Vermelha) gravaram as cenas do documentário que mostra a relação do mercado chinês com os produtores bordaleses.

Ele é narrado pelo ator Russell Crowe e mostra entrevistas com alguns dos principais Châteaux da região sobre o consumo na China. Apesar da produção digna de Hollywood, Warwick Ross, produtor do filme, diz que os produtores foram relutantes em conceder as entrevistas.

“Latour foi muito difícil. Outros tenderam a ser ‘escorregadios’, muito profissionais e muito chatos no primeiro encontro. Somente depois de entrevistarmos duas ou três vezes que relaxaram para nos contar o que queríamos”, disse Ross. Segundo ele, esse comportamento se deveu à lembrança que eles tinham do documentário Mondovino, que não deixou boas impressões na região. “Eles achavam que era um Mondovino parte 2”, conta.

Por fim, o filme Red Obsession apresenta figuras emblemáticas de Bordeaux como Paul Pontalier, do Château Margaux, e Christian Moueix, do Château Pétrus, além de um bilionário chinês que se tornou colecionador de vinhos. Ele foi escolhido como um dos melhores longas-metragens do Festival Internacional da Uva e do Vinho Oenovideo 2013 e agora está sendo lançado na Austrália e Estados Unidos, em poucos lugares.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Mais um Malbec para coleção!

Laderas de Los Andes Malbec 2007
Bodegas Laderas de Los Andes



      Amigos, este é um vinho que descobri a pouco aqui em Rosario em uma Vinoteca que vende alguns vinhos de autor. Muito boa relação custo benefício (pelo menos aqui na Argentina). Não encontrei na internet muita informação sobre a Bodega mas quem puder provar recomendo.
Cor: vermelho violáceo intenso, com boa densidade e bastante brilho e limpidez apesar dos 6 anos.

Aroma: notas de anis, com ameixa passa também presente, a madeira não é evidente mas deixas sua marca no aroma especiado. A evolução é percebida no aroma quando ganha complexidade.

Boca: entrada doce, taninos moderados, um vinho macio e com fruta e complexidade em boca. Podemos perceber a evolução em boca.

Pontuação: 85 pts

Saludos e bons vinhos

Degustado por: Alexandre Frio

Vinho degustado em família!

Miolo Lote 43 - 2011
Miolo Wine Group




      Amigos, este vinho é bastante especial pois foi degustado na compania do meu pai e de minha família. Em abril estivemos visitando o vale dos vinhedos em Bento Gonçalves e passando pela Vinícola Miolo meu pai teve a oportunidade de provar este vinho, e de tanto que gostou cometeu uma pequena estravagância e comprou uma caixa. Degustamos o mesmo em Junho, e entendemos que temos o vinho tem um potencial de envelhecimento e evolução que vamos ir provando a cada ano uma destas garrafas e ver como evolui.




Abaixo um pouco de história sobre este ícone do vinho Brasileiro:



O Miolo Lote 43 é uma homenagem ao italiano Giuseppe Miolo, patriarca da família, que chegou ao Sul do Brasil no ano de 1897, na região em que hoje está localizado o belo Vale dos Vinhedos. O vinho leva o nome da terra recebida pelo imigrante na época. Sua elaboração adapta o conceito do "cru", que se refere ao pedaço especial de terra cultivada com um vinhedo dentro de uma área de denominação de origem controlada, ao Lote 43 em relação ao Vale dos Vinhedos, reconhecimento por elaborar vinhos de excelente qualidade.
Este espaço chamado de Lote 43 reflete o conceito do terroir a perfeita combinação entre solo, o clima, a casta e o homem. Nele foram cultivadas as uvas utilizadas na elaboração deste vinho.
O Miolo Lote 43 é produzido com os vinhos Merlot e Cabernet Sauvignon, reunidos em um corte harmônico selecionados pelo enólogo da família, Adriano Miolo.
Envelhecido em barricas novas de carvalho Francês e americano, o vinho repousa nas cavas subterrâneas da Vinicola Miolo, no Vale dos Vinhedos. A produção deste vinho é limitada e todas as garrafas são numeradas.
Utilizando-se das melhores tecnologias de produção, a Miolo, através do Lote 43, lança seu "ícone", e ao mesmo tempo ajuda a consolidar a imagem do Brasil como produtor de vinhos de alta qualidade.
Vamos aos fatos:

Cor: vermelho rubi intenso, com uma presença de lagrimas lentas e em grande quantidade. Linha d'água não muito evidente e um vermelho vivo na borda denunciando a juventude.

Aroma: fruta madura, notas de defumado e pão tostado, caramelo e açúcar queimado, uma grande complexidade de aromas, e muito chamativo ao olfato.

Boca: ataque doce e amável, com grande vivacidade. A fruta se expressa muito bem em boca e tem uma permanência impressionante.


Pontuação: 91 pts

Saludos e bons vinhos

Degustado por: Alexandre Frio e família!

100 vinhos Argentinos mais vendidos no mundo em 2013.

     Amigos, depois de um mês de setembro um pouco longe do blog (não longe dos vinhos), vamos retomar com força nosso blog neste mês de outubro, onde o Entre Vinos y Charlas completa 1 ano na web. Começamos com a notícia dos 100 vinhos Argentinos mais vendidos no mundo.
      A lista abaixo mostra o ranking dos 100 rótulos de maior êxito comercial no exterior, bem como o valor das vendas em milhares de dólares.



      O Instituto Nacional Vitivinícola da Argentina (INV)  divulgou dados sobre as exportações de vinho na primeira metade de 2013. Comparando com o mesmo período do ano anterior, aconteceu uma importante queda de 22% em valor do que foi exportado. Mesmo assim, as mais de 2.100 marcas de vinhos comercializadas geraram um valor de vendas no exterior de US$268 milhões.

Fonte: Area del vino

Saludos e bons vinhos
Alexandre Frio