Saludos e bons vinhos
Alexandre Frio
Tipos
Básicos de Taças:
Para vinhos
tintos
O vinho
tinto precisa de espaço para respirar, pois tem aromas e sabores muito
intensos. Por isso, a taça tem corpo grande, fazendo com que se libere toda a
sua potência. O formato também é ideal para que a bebida possa
"dançar". Por esse motivo, também é importante lembrar que ela deve
apenas ser preenchida até um terço de sua capacidade.
Existem
dois tipos comuns de recipientes de vinho tinto: Bordeaux e Borgonha, taças
batizadas com esses nomes por causa das famosas regiões produtoras da França.
Bordeaux
As taças
Bordeaux foram feitas para abrigar vinhos mais encorpados e ricos em tanino,
feitos principalmente a partir da uva Cabernet Sauvignon. Elas possuem o bojo
grande, mas têm a borda mais fechada para evitar a dispersão de aromas,
concentrando- os. A aba fina direciona o vinho para a ponta da língua,
permitindo que a untuosidade e os sabores frutados dominem antes que os taninos
sejam direcionados para a parte de trás da boca. É indicada para Cabernet
Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Syrah, Tannat, entre outras uvas.
Borgonha
Os vinhos
da Borgonha são mais complexos e concentrados, produzidos principalmente com a
uva Pinot Noir. Portanto, as taças são em formato balão (ou seja, com bojo
maior do que as Bordeaux) para que haja mais contato com o ar, o que permite
que o buquê se libere mais rapidamente. Este recipiente foi feito para que o
vinho explore muito o nariz. O formato direciona o fluxo acima da ponta e do
centro da língua, diminuindo a acidez e acentuando as qualidades mais
arredondadas e maduras do vinho. Além da Pinot Noir, também é ideal para que
sejam apreciados vinhos Rioja tradicional, Barbera Barricato, Amarone, Nebbiolo
etc.
Para vinhos
brancos
As taças
têm corpo menor do que as para vinho tinto por dois motivos. Primeiro, o vinho
branco precisa ser consumido em temperaturas mais baixas e, portanto, em um
recipiente menor, que permita menos trocas de calor com o ambiente. Segundo,
porque precisa que sejam realçadas as notas de frutas. A aba estreita entrega o
fluxo do vinho através das áreas da língua com equilíbrio entre doçura e
acidez, crucial para os brancos.
Para vinhos
rosados
Os vinhos
rosés possuem os taninos dos tintos, mas os aromas dos brancos. Por esse
motivo, a taça costuma ser menor que a dos brancos, mas com bojo maior. Ela
deve acentuar a acidez do vinho, equilibrando assim sua doçura. Se não tiver
uma taça específica para rosés (poucas marcas possuem), pode usar uma para
vinho branco.
Para vinhos
doces e fortificados
Possuem
bojo pequeno, justamente porque as pessoas consomem vinhos doces e fortificados
em quantidades menores. Também são mais estreitas na parte superior. Seu design
ajuda a conduzir o fluxo da bebida diretamente para a ponta da língua, região
onde os sabores doces são mais percebidos.
Taça ISO
Por fim,
existe a taça ISO (International Standards Organization), criada em 1970. Ela é
uma espécie de taça coringa, pois serve para todos os tipos de vinho. É muito
utilizada para degustações técnicas, para que possa ser mantida uma referência
entre diversos tipos de fermentado. Por isso, pode ser um dos melhores modelos
para começar o seu acervo. Ela é relativamente pequena e totalmente cristalina.
Seu bojo é maior e ela é fechada na parte de cima. É boa especialmente para a
parte aromática.
Para
espumantes e/ou champagnes
Para um Champagne ou um espumante comum, a taça
adequada é a que chamamos de flûte, ou flauta. Ela serve para que possam ser
apreciadas as borbulhas, ou perlage. A taça fina também direciona a
efervescência e os aromas para o nariz, enquanto controla o fluxo acima da
língua, mantendo o equilíbrio entre a limpeza da acidez e a saborosa
profundidade. Quanto mais bojo tiver a taça, melhor, pois se for reta demais no
sentido longitudinal não irá realçar os aromas. Se o Champagne for Cuvée ou de
safra especial, faz-se necessário um recipiente com corpo curvo, para que o
apreciador possa sentir alguma fruta.
No próximo post: Mitos, cuidados e manuseio com as suas taças...
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